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Dia do Folclore: dicas de leitura para apresentar a cultura brasileira para as crianças

No dia 22 de agosto, o Brasil comemora o Dia do Folclore. A data foi instituída em 1965 como uma forma de incentivar o estudo e proteção das manifestações de criação popular. Boa parte do nosso folclore está registrado em músicas, contos e – principalmente – livros. 

Pensando nisso, preparamos uma lista com dicas imperdíveis de livros que abordam as principais criaturas do imaginário brasileiro como o saci, o curupira, o boto cor de rosa e muito mais! Confira:

Armazém do Folclore – Ricardo Azevedo (Ática)

Uma releitura imaginativa da tradição popular brasileira feita com muito esmero pelo pesquisador Ricardo Azevedo. Aqui, seus conhecimentos sobre a cultura brasileira são empregados em uma prosa rítmica e fluida, de forma criativa e envolvente a todos os leitores.

O título é um reflexo direto do caráter do livro. Já na primeira página, o leitor se encontra no “armazém” de histórias e se encanta com a magia e a riqueza do nosso patrimônio nacional apresentado em diversos gêneros: charadas, receitas culinárias, lendas, trava-línguas, ditados, contos e frases feitas. Está tudo aqui, ao alcance das mãos.

Como nasceram as estrelas: doze lendas brasileiras – Clarice Lispector (Rocco Jovens Leitores)

Nesse título, a eterna Clarice Lispector nos presenteia com sua versão de doze contos do folclore brasileiro. A obra nos dá a oportunidade de revisitar clássicos como O Negrinho do Pastoreio, além de conhecer lendas baseadas na cultura indígena.

Assumindo o papel de narradora, Clarice surpreende o leitor subvertendo expectativas e a moral das histórias. Sua interpretação pessoal assume protagonismo e preenche lacunas não contadas nas histórias. Vale a pena conferir!

Eu vi o Saci – José Carlos Pontes (Sowilo)

O Saci é um dos personagens mais famosos do nosso folclore. Nas cidadezinhas do interior, é comum encontrar um tio ou um avô com um “causo” sobre a criatura. Muitos alegam inclusive já ter visto e tentado capturar um.

Pensando nessa fama, o autor José Carlos Pontes conta uma história onde um criador de sacis convida uma turma escolar a visitar o seu “viveiro” e tirar as principais dúvidas sobre eles. Será que as crianças vão conseguir ver os sacis?

Dois chapéus vermelhinhos – Ronaldo Simões Coelho

Se vamos falar de subverter expectativas e de releituras interessantes, esse livro não pode faltar. Aqui, Chapeuzinho Vermelho e o Saci começam a se corresponder por e-mail. Com a troca de mensagens, ambos os personagens criam uma amizade e descobrem cada vez mais sobre a cultura um do outro.

Os guardiões do verde – José Maurício Séllos (UniDuni)

Muitos dos personagens do folclore brasileiro estão diretamente ligados à proteção da natureza. O curupira, um dos guardiões mais populares, é famoso por criar estratégias para despistar caçadores e proteger as plantas e os animais.

O livro de José Maurício Séllos conta a história de diversos desses personagens de forma bem simples, refletindo sobre a nossa maior riqueza: a natureza. A obra é uma ótima pedida para iniciar o diálogo com as crianças sobre a preservação do Meio Ambiente com o auxílio da cultura popular.

Aqui na Pormenores, acreditamos muito no poder da literatura para debater temas importantes. Por isso, escolhemos esses títulos com cuidado, pensando em formas de apresentar a cultura brasileira aos pequenos de forma divertida, mas também educativa. E você, tem algum livro folclórico favorito? Conta pra gente nos comentários!

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Autoras para Conhecer Literatura

Literatura representativa: conheça 5 autoras negras latino-americanas

O dia de hoje, 25 de julho, é conhecido como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Essa data reafirma a necessidade de enfrentarmos o racismo e o sexismo compartilhados por mulheres que sofrem com a descriminação racial, social e de gênero.

A ocasião relembra a luta e resistência da mulher negra para reafirmar seus direitos em uma sociedade patriarcal. Essa luta se dá em diversos âmbitos sociais, desde oportunidades de estudo e trabalho, garantia de direitos básicos, segurança, representatividade na mídia e muito mais. 

Por isso, nós da Pormenores selecionamos algumas autoras negras latino-americanas que merecem os holofotes. Confira abaixo:

Edwidge Danticat (Haiti)

Premiada diversas vezes pela obra “Everything Inside” (2017), Danticat explora morte e luto em diversos títulos de seu catálogo. A inspiração para isso vem de uma expressão haitiana que sua mãe costumava dizer: “Nou tout a p mache ak sèkèy nou anba bra nou.” A expressão pode ser interpretada como “todos estamos carregando nossos caixões conosco todos os dias” ou “nós estamos constantemente evitando a morte”.

Em “Everything Inside”, Edwidge aborda diferentes perspectivas sobre como as pessoas lidam com a morte de seus entes queridos e a sua própria. É uma coletânea brilhante de contos que merece destaque na estante de qualquer pessoa.

Ana Maria Gonçalves (Brasil)

Nascida em Ibiá, no estado de Minas Gerais, Ana Maria começou a escrever contos e poemas na sua adolescência, mas começou sua carreira como publicitária em São Paulo. Em 2002, abandonou a carreira para escrever seu primeiro livro, “Ao lado e à margem do que sentes por mim”. 

Seu segundo romance, “Um defeito de cor”, foi lançado em 2006 pela editora Record e conquistou o Prêmio Casa de las Américas na categoria literatura brasileira e é referenciado por diversas personalidades brasileiras.

Cleyvis Natera (República Dominicana)

Nascida na República Dominicana mas criada nos Estados Unidos, Cleyvis é uma crítica e autora que lançou seu primeiro romance, “Neruda on the Park”, em 2022. O livro conta a história de uma família dominicana em Nova Iorque que precisa se adequar a uma nova vida em meio a gentrificação.

Apesar de ter estreado no ano passado, Natera já teve pequenos contos e artigos publicados em grandes veículos como a revista TIME e o jornal The Washington Post.

Lélia Gonzalez (Brasil)

Mineira de Belo Horizonte, Lélia Gonzalez foi uma intelectual, autora, filósofa, política, professora e antropóloga brasileira que deixou, como legado, um catálogo indispensável para compreendermos a cultura negra e a presença do negro na sociedade brasileira.

Abordando temas raciais, mas também de gênero, Lélia se tornou uma das maiores referências nacionais com títulos como “Lugar de Negro” e “Por um Feminismo Afro-Latino-Americano”.

Heloisa Pires Lima (Brasil)

Nascida em Porto Alegre, Heloisa se mudou para São Paulo aos nove anos de idade e reside lá até hoje. A escritora e pesquisadora é autora de livros infanto-juvenis que abordam a cultura afro-brasileira.

Como destaque, vale a leitura da obra “Histórias de Preta”, publicada pela Companhia das Letras e aclamada em premiações como José Cabassa e Adolfo Aizen. A obra é um compêndio que aborda os vários aspectos da história de uma construção da identidade de uma menina negra.

Consumir literatura de diferentes culturas e origens é fundamental para criar uma diversidade de influências, e também é uma das formas mais eficazes de compreender os desafios e dilemas enfrentados por outras pessoas. A leitura é, entre muitas coisas, um exercício de empatia e uma arte de comunicação.

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